sábado, 26 de maio de 2012

A gênese dos sítios pré-históricos no município de Acari

O espaço geográfico hoje denominado de Seridó é espaço privilegiado pela grande variação de gravuras e pinturas rupestres deixada pelo homem pré-histórico que ora aqui habitava. No século XVII, quando o homem branco adentrou para o interior do estado expandindo seus rebanhos encontrou uma disparidade indígena muito grande. Alguns documentos relatam a presença de indígenas como os Janduí, Canindé e Pega que foram se extinguindo por ocasião da Guerra dos Bárbaros. Muitos índios sobreviveram a esse combate escondendo-se nos pés de serra da região, logo participaram das primeiras povoações junto com o homem branco.
A presença do homem pré-histórico no espaço geográfico que hoje ocupa o município de Acari há muito tempo é estudado. Um dos precursores nos estudos sobre a presença do homem pré-histórico na região do Seridó foi o Sr. José de Azevedo Dantas, natural de Carnaúba dos Dantas que percorreu os vários sítios arqueológicos pré-históricos do interior do estado do Rio Grande do Norte como também, do Seridó da Paraíba, nos anos 20.
O município de Acari apresenta aproximadamente sete sítios arqueológicos que se destacam pela presença marcante de pinturas rupestres, identificadas pelo arqueólogo autodidata José de Azevedo Dantas. Alguns sítios encontram-se nas proximidades de cursos d’água, como riachos, que encobrem durante o inverno as pinturas rupestres. Sítios como o Poço do Artur I e II, localizados à margem esquerda do rio Acauã, próximo ao Arroz; Malhada Vermelha; Grossos e Pinturas, nas localidades do mesmo nome, próximos a casas de fazendas de destaque no município; Tanques, na Barra do Rio Carnaúba, além da Furna da Onça, em Picos de Cima, são espaços que comprovam a presença do homem pré-histórico que deixaram representações das atividades do seu cotidiano.
Os sítios arqueológicos localizados no município de Acari se assinalam pelos seus simulacros antropomorfos, zoomorfos, fitomorfos e grafismos puros. Os grafismos situados no município de Acari, como no nordeste do país, pertencem à tradição Nordeste, que se distinguem da Agreste e da Itaquatiara, com uma classificação mais antiga. Para os arqueólogos os grafismos encontrados no Rio Grande do Norte e na Paraíba, registrados inicialmente por José de Azevedo Dantas, classificam-se como Sub-tradição Seridó. Essa tradição é rica por apresentar atividades direcionadas a sua sobrevivência, como rituais, mitos, sexo, caça etc.
Nos tempos atuais muitos estudos são desenvolvidos em torno dos sítios arqueológicos, sendo o Seridó percorrido no ano de 1966, pelo representante do IPHAN, Oswaldo Câmara de Souza, que percorreu as várias cidades do Seridó, inclusive Acari, reconhecendo os sítios arqueológicos pré-históricos. Assim, os sítios arqueológicos de Acari fazem parte do patrimônio cultural, sendo essa herança deixada pelos índios acerca de 9500 anos. Essa produção do homem pré-histórico proporciona o conhecimento e a formação da consciência do povo acariense.
                                                                                         
Autor: Girlene Edson de Oliveira Amaro.

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