O espaço geográfico hoje
denominado de Seridó é espaço privilegiado pela grande variação de gravuras e
pinturas rupestres deixada pelo homem pré-histórico que ora aqui habitava. No
século XVII, quando o homem branco adentrou para o interior do estado expandindo
seus rebanhos encontrou uma disparidade indígena muito grande. Alguns
documentos relatam a presença de indígenas como os Janduí, Canindé e Pega que
foram se extinguindo por ocasião da Guerra dos Bárbaros. Muitos índios
sobreviveram a esse combate escondendo-se nos pés de serra da região, logo
participaram das primeiras povoações junto com o homem branco.
A presença do homem pré-histórico
no espaço geográfico que hoje ocupa o município de Acari há muito tempo é
estudado. Um dos precursores nos estudos sobre a presença do homem
pré-histórico na região do Seridó foi o Sr. José de Azevedo Dantas, natural de
Carnaúba dos Dantas que percorreu os vários sítios arqueológicos pré-históricos
do interior do estado do Rio Grande do Norte como também, do Seridó da Paraíba,
nos anos 20.
O município de Acari apresenta aproximadamente
sete sítios arqueológicos que se destacam pela presença marcante de pinturas
rupestres, identificadas pelo arqueólogo autodidata José de Azevedo Dantas.
Alguns sítios encontram-se nas proximidades de cursos d’água, como riachos, que
encobrem durante o inverno as pinturas rupestres. Sítios como o Poço do Artur I
e II, localizados à margem esquerda do rio Acauã, próximo ao Arroz; Malhada
Vermelha; Grossos e Pinturas, nas localidades do mesmo nome, próximos a casas
de fazendas de destaque no município; Tanques, na Barra do Rio Carnaúba, além
da Furna da Onça, em Picos de Cima, são espaços que comprovam a presença do
homem pré-histórico que deixaram representações das atividades do seu
cotidiano.
Os sítios arqueológicos
localizados no município de Acari se assinalam pelos seus simulacros antropomorfos, zoomorfos, fitomorfos e grafismos
puros. Os grafismos situados no município de Acari, como no nordeste do país,
pertencem à tradição Nordeste, que se distinguem da Agreste e da Itaquatiara,
com uma classificação mais antiga. Para os arqueólogos os grafismos encontrados
no Rio Grande do Norte e na Paraíba, registrados inicialmente por José de
Azevedo Dantas, classificam-se como Sub-tradição Seridó. Essa tradição é rica
por apresentar atividades direcionadas a sua sobrevivência, como rituais,
mitos, sexo, caça etc.
Nos tempos atuais muitos estudos
são desenvolvidos em torno dos sítios arqueológicos, sendo o Seridó percorrido
no ano de 1966, pelo representante do IPHAN, Oswaldo Câmara de Souza, que
percorreu as várias cidades do Seridó, inclusive Acari, reconhecendo os sítios
arqueológicos pré-históricos. Assim, os sítios arqueológicos de Acari fazem
parte do patrimônio cultural, sendo essa herança deixada pelos índios acerca de
9500 anos. Essa produção do homem pré-histórico proporciona o conhecimento e a
formação da consciência do povo acariense.
Autor: Girlene Edson de Oliveira Amaro.
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